Ainda no tempo do latim vulgar, os nomes dos dias da semana relacionavam-se com os de planetas e de deuses pagãos, como por exemplo martes, joves e vernes, da mesma forma que o espanhol, que mantém até hoje martes, jueves e viernes. Por causa dessa origem pagã, o papa Silvestre proscreveu-os no ano de 316, mas, pelo que se vê ainda nos dias atuais em outras línguas românicas, a proibição só funcionou na Lusitânia, atual território português. Ele mandou que aqueles nomes fossem substituídos por compostos em que entrava a palavra feria (feira). E por que isso? Porque os dias de festa religiosa (portanto, dias de repouso), com exceção do sábado e domingo, eram designados pela palavra latina "feria" (feira). Assim, havia a "secunda feria", a "tertia feria", "quarta feria", etc. Acontece que nesses dias os comerciantes expunham seus produtos nas praças públicas, em aglomerado de barracas e tendas denominado "feira", para oferecê-los aos freqüentadores das festividades. Com o tempo, o sentido "profano" (feira comercial) acabou-se sobrepondo ao religioso para denominar os dias da semana: primeiro dia de feira, segundo dia de feira, etc.
Leia também em: Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa, de Antônio Geraldo da Cunha, verbete "feira". Do latim ao português, de Edwin B. Williams, § 121, E. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário